CURA NATIVA


Cura Nativa

Permita que o Grande Espírito o abrace suavemente, promovendo, através de sua energia magnânima, a cura física, mental e espiritual necessária...

A vida nos toca através das mãos de nossos irmãos,
O Grande espírito acaricia nossa alma pelo olhar verdadeiro do Encontro, nos presenteia com outros olhares...

A arte de confiar revela as teias do inconsciente e com fios de luz renovamos nosso compromisso na Terra...
Estamos juntos na dor da transformação, na beleza desta cura... espelhando luz através do amor, da compaixão, da alegria...

      " A vida é a estrada da bondade. A vida é conectada ao tempo como significados cristalizados. A vida purifica a ela mesma com conexões do coração e assim pode ascender além dos céus como a irradiação da inocência."  
                                                                                                Beautiful Painted  Arrow

Cada ser humano que caminha pela face da terra possui seu próprio caminho sagrado nesta vida. Este caminho é criado por muitos fios que ligam nossas emoções, sonhos, pensamentos, experiências.

Caminho da cura

Ensine-me a reunir os fragmentos de minha alma, resgatando meu potencial perdido.
Eu busco a unidade.
Permita-me encontrar o perdão e abraçar uma nova forma de ser, abrindo mão da dor e da raiva contra todos que me feriram.
Permita-me curar meu corpo humano, o veículo sagrado da alma, curando todas as desarmonias encontradas na Tigela de Cura.
Permita-me a coragem necessária para enfrentar os inimigos interiores,
curando minhas fraquezas e honrando o guerreiro que ali está.
Permita-me honrar a promessa sagrada de ser leal à minha busca de totalidade, sem nunca abandonar minhas Curas, nem o coração que bate em meu peito.

Jamie Sams


MITAKUYE OYASIN!!!! POR TODAS AS NOSSAS RELAÇÕES!!!!

Este é o caminho mágico da integração consigo mesmo e com a natureza, onde o valor maior é o sentir.

O termo xamanismo é de origem siberiana, baseado no conceito do saman, que identifica " aquele que é inspirado pelo espírito, aquele que não perdeu a conexão, a integração".

O xamanismo teve a sua origem há milhares de anos atrás, quando nossos ancestrais decidiram superar todos os obstáculos impostos no caminho da evolução. Através da integração com o meio ambiente, confiança e determinação descobriram as fórmulas que iriam garantir a sua sobrevivência. Não possuíam tecnologia avançada, mais com a necessidade de vencer e sobreviver, criaram técnicas naturais, se organizaram, desenvolveram e ativaram plenamente seu poder pessoal. 

Os guerreiros antigos, utilizavam toda a força do seu universo interior  e uma enorme integração com a  natureza, as quais o xamanismo decodificava e direcionava em prol de sua sobrevivência e sucesso.

O xamanismo possibilitou um maior senso de comunidade, união, organização e disciplina, além de uma maior autoconfiança, integração ambiental e conexão, tudo torna-se sagrado na espiritualidade natural. As formas existentes na natureza eram então respeitadas como sendo espíritos que formavam uma única família, uma lição que poderíamos aplicar nos dias de hoje para melhorar todas as nossas relações. Também foi responsável pelo surgimento de várias técnicas de cura, estratégias, filosofia e artes.

Várias técnicas muito antigas são utilizadas até hoje,  reconhecidas por comunidades científicas, outras com características tradicionais milenares reconhecidas popularmente, enfim o importante é que essas maravilhosas técnicas naturais e evolutivas ainda estão sendo utilizadas e com certeza, sempre serão  utilizadas pela humanidade em seus processos de cura.

O xamanismo é muito profundo, é uma linda filosofia  de vida, onde honramos e agradecemos ao Todo, à possibilidade de estarmos aqui, neste Planeta Mãe, nesta generosa Escola, evoluindo, crescendo, respeitando toda a existência, resgatando a integração com a Mãe Natureza.

Os guerreiros da luz têm como missão buscar a paz, saúde, sucesso, equilíbrio entre corpo, mente e espírito e ampliar sua visão sobre tudo. Sabemos que cada um de nós temos a responsabilidade de escrever nossa história pessoal de forma harmoniosa e integra, permeadas pelo perfume do amor.

No xamanismo, reconhecemos que somos uma semente, um micro-universo de infinitas possibilidades, nos preparando a todo instante para tornarmo-nos uma árvore bela, viçosa e frutífera.

O Xamanismo é a síntese da espiritualidade, da integração e da essência divina. Não tem nenhuma conotação religiosa, seu templo é a própria natureza.

Praticar xamanismo é buscar a excelência espiritual, é enxergar a realidade existente por trás dos conceitos e se harmonizar com as marés naturais da vida, valorizando a essência e não a forma, ampliando assim sua consciência ecológica planetária, reconhecendo a importância de cuidarmos muito melhor da Mãe Terra, pois sabemos que o planeta está gritando e se faz necessário assumirmos nossas responsabilidades para termos uma qualidade de vida verdadeiramente melhor, respeitando a nossa geração e as gerações futuras, lembrando sempre que o nosso planeta Terra não é descartável. Para isso precisamos repensar de forma coerente sobre nossos hábitos, buscando exercer atitudes muito mais responsáveis.

Para que aconteça realmente uma mudança de consciência, em todos os níveis de atividade, a prática é necessária. Não basta saber, é preciso aplicar; não basta querer, é preciso fazer A prática estabelece contato com outros planos de consciência, a fim de resgatar a espiritualidade natural, a re-conexão com estas forças da natureza que está presente ao nosso redor e alcançar o despertar da felicidade plena.

O Céu torna-se o Pai que ensina o caminho das estrelas e das origens ancestrais. A Terra torna-se a Mãe que ensina os caminhos das relações, das integrações e da evolução na matéria. O grande Avô é o Sol que, com seu sorriso caloroso, ensina todos os dias a sabedoria dos ciclos e do círculo da vida. Então a Avó Lua com sua serenidade, ensina a arte de sonhar e os mistérios que iluminam os caminhos pelas noites da vida.
As Árvores e Vegetais tornam-se o Povo em Pé; as Águas, o Povo das Águas; o Trovão, o Espírito do Trovão; as Pedras, o Povo de Pedra e todos os Animais tornam-se os Irmãos mais jovens, cada um com sua medicina particular. Tudo possui uma energia vital, uma força, um espírito.

Quem está neste caminho sagrado abençoa, compreende e respeita todos os seres, pois fazemos parte de uma grande tribo estelar.


Roda de Cura

A Roda de Cura é uma cerimônia xamânica sábia e sagrada, onde as pessoas  se reúnem no intuito de compartilharem suas energias, elevando seus pensamentos, abrindo seus corações deixando fluir suas inspirações, sempre com respeito e muito amor...

Estar presente, conectado a essa "Dança do Todo" e deixar gerar uma energia que possa ser compartilhada com outras dimensões, com outros seres que também buscam a cura...

As "Rodas de Cura" são presentes divinos, é um Espaço Sagrado, onde acontece o amor, a cura, a paz, a luz, o resgate da alma...

A atitude das pessoas que participam são fundamentais para que a harmonia e o equilíbrio estejam presentes, por isso a união dos pensamentos, dos sentimentos, das energias, da sintonia espiritual elevada de cada participante é imprescindível...

Canções, danças, palavras inspirativas, silêncio da alma, tudo pode acontecer, pois a roda é uma celebração ancestral, sagrada e plena...

Lembre-se, a "Roda de Cura Nativa", tem vida, pulsa, desperta em cada ser o reconhecimento do "Poder do Universo interior" alcançando assim, "O Resgate da Plenitude Natural".



Sauna Sagrada

O propósito principal da Sauna Sagrada ou Inipi como é chamada pelos Lakotas, é o de purificar o corpo, a mente e o espírito, de forma que um novo sentido de Ser possa estar presente em nosso caminho. A sauna em si é uma cerimônia que vai além desta definição, pois ela tem ingredientes de Cura, Renovação, Transformação e Sacrifício.

A cerimônia da Sauna Sagrada utiliza todos os Elementos do universo: terra, água, fogo, e ar.

É construída sobre a terra batida uma "cabana" em forma de meia-lua onde os participantes entram de forma cerimonial e sentam-se em roda, em torno de um centro cavado no chão. Então, sob o comando do facilitador, vão sendo introduzidas pedras pré-aquecidas na fogueira.

A cada abertura de porta (4 vezes = 4 Sagradas Direções) acontecem cantos e rezas do grupo presente e vão sendo jogadas ervas e água para criar o vapor curativo.

É um verdadeiro renascimento, já que o simbolismo maior é a nossa inserção nas entranhas da Mãe Terra e, ao final, nossa saída para a LUZ, já limpos e purificados.


Tambor e Respiração

Nesta cerimônia iremos encontrar nosso ritmo interno e afiná-lo ao da Mãe Terra, através da respiração, sopro da vida, alma, grito primordial que nos reconecta à nossa essência, gesto que representa nossa entrada nesse mundo. E do som do tambor. Encontrando assim nosso som primordial, nosso ritmo interno.

O tambor é coração, pulsa cheio de vida, de ritmos que se alteram. É o mapa de toda a jornada de cura.
Escutar o toque do tambor é ouvir o próprio coração.

Permita-se ser tocado!!

Mobilizado por visões, a pessoa expande a sua consciência, descobre o seu papel, sua finalidade na vida. Tem uma nova inspiração, uma nova visão do viver e de tudo o que foi vivido. Conectando-se com sua essência, com o pulso  da Terra, vibrando amor e cura. Aprende a se harmonizar com os acontecimentos naturais da vida.

No Xamanismo o TAMBOR SAGRADO é o veículo através do qual o xamã faz suas viagens a outros mundos.

O ritmo das batidas altera nossa percepção e estado de consciência, permitindo-nos entrar em contato com os mundos visíveis e invisíveis, proporcionando cura, meditação, auto-conhecimento, empreendendo jornadas, nos harmonizando com a Terra e contatando ancestrais, espíritos e animais guardiães.

Os nativos norte- americanos associam o toque do tambor às batidas do coração da Mãe Terra e também ao som do útero. O tambor é considerado o cavalo, ou a canoa, que nos leva ao mundo espiritual. É o instrumento que faz a comunicação entre o Céu e a Terra, que nos permite viajar ao centro do mundo.

O som do tambor afina nosso coração com o coração da Mãe Terra, desperta a energia individual e coletiva em ritos e cerimônias, sendo esta energia o despertar de nosso curador interno.

Encontrar nosso ritmo interno e afiná-lo ao da Mãe Terra é equilíbrio e cura. As mulheres podem sentir os toques do tambor em seus úteros, geradores de vida, tal qual a Terra. As ancestrais buscavam alinhar coração e útero ao som do tambor, entrando em sintonia com a Mãe Terra, e encontrando assim seu som primordial, bem como o seu som e ritmo interno. 

O tambor é coração, pulsa cheio de vida, de ritmos que se alteram. O coração, assim como o tambor, é o mapa de toda a jornada de cura. Escutar o toque do tambor é também escutar a batida de nosso coração, sendo assim, é o guia para que nunca nos percamos na busca do contato com outras realidades e energias.



Oficina de Filtro dos Sonhos

Ao tecermos o filtro dos sonhos nos conectamos com a nossa roda da vida, integrando a trilha de nossos sonhos  à grande Consciencia, à Criaçao. Nos conectamos com nosso proposito de vida, percebendo onde estamos nessa jornada e como  podemos desatar os nos que seguram as passadas de nossa caminhada.

Iktomi inspire-nos a visão e o poder da criação, da teia da vida, para trazer nossos sonhos até a realidade.
Evocamos a essência espiritual da aranha para compreender melhor a "teia da vida", para evocar a criatividade e a imaginação. Para se obter independência e coragem, para rompermos com armadilhas que criamos, sejam emocionais ou espirituais. Para rompermos a teia da ilusão, construirmos novos sonhos, para sonharmos mais, para tecermos nossa própria vida.

Os videntes nativo–americanos ensinam que a Grande Aranha, teceu a Teia do Universo para relacionar todas as coisas.

Para eles, a Aranha ao mesmo tempo é Avó e Criadora que cria novas energias dentro da existência. Ela tem a "Medicina da Criação". Conta uma velha lenda dos nativos norte-americanos, que um velho índio ao fazer uma Busca da Visão no topo de uma montanha, lhe apareceu IKTOMI, a aranha, e comunicou-se em linguagem sagrada. A Aranha pegou um aro de cipó e começou a tecer uma teia com cabelo de cavalo e as oferendas recebidas.

Enquanto tecia, o espírito da Aranha falou sobre os ciclos da vida, do nascimento á morte e das boas e más forças que atuam sobre nós em cada uma dessas fases. Ela dizia :

"Se você trabalhar com forças boas, será guiado na direção certa e entrará em harmonia com a natureza. Do contrário, irá para direção que causará dor e infortúnios".

No final a Aranha devolveu ao velho índio o aro de cipó com uma teia no centro dizendo-lhe:

"No centro está a teia que representa o ciclo da vida. Use-a para ajudar seu povo a alcançar seus objetivos, fazendo bom uso de suas idéias, sonhos e visões. Eles vem de um lugar chamado Espírito do Mundo que se ocupa do ar da noite com sonhos bons e ruins. A teia quando pendurada se move livremente e consegue pegar sonhos, quando eles ainda estão no ar. Os bons sonhos sabem o caminho e deslizam suavemente pelas penas até alcançar quem está dormindo. Já os ruins ficam presos no círculo até o nascer do sol, e desaparecem com a primeira luz do novo dia".

Os nativos ensinam que os bebês ao verem a pena balançar com o vento, se entretêm e aprendem a importância do ar.

um Círculo de Poder, serve como um espelho, onde podemos ver o reflexo do Universo e o Grande Tudo, que contém a totalidade, trabalhando para o entendimento dos mistérios da vida, do cosmos, e das leis naturais. A Teia e a Pena.



O Sopro da Vida

Através de técnicas de Respiração Consciente - sopro da vida, alma, grito primordial, gesto que representa nossa entrada nesse mundo - nos reconectamos à nossa essência, resgatamos imagens, vidas, vivências há muito esquecidas, trazendo de volta nosso poder pessoal.

O Ser é sopro, energia, é o divino em nós, é essência da vida, amor, presença, sentimento de unidade. O Ser é tocado pela beleza, pela música, pela arte, pela respiração, alimentação, palavra, pelo contato com a natureza (que somos).

Viver no presente, o presente, condições de possibilidades históricas do que somos, fazemos, desejamos e pensamos, mas também possibilidade de transcendência, abertura a um outro que somos.

O presente é instabilidade, é movimento, é construção de presentes.

O ser, suas partes, criam o mundo, o todo; nós criamos constantemente o mundo onde estamos; nossas crenças, objetos, desejos e manifestações criam as condições de existência.

Com qual energia nosso mundo está sendo alimentado? Que fluxos energéticos estão abertos? 

Será que não nos nutrimos constantemente com uma energia que se consome na aceleração constante dos fluxos vazios, na falta de tempo para se alimentar, para respirar, numa  (veloz)cidade que pulsa vinte e quatro horas, sem parar?


Terapia com Cristais

Há um conto xamânico que diz que o Criador, vendo a escuridão da noite, pegou um cristal de quartzo e despedaçou-o em milhares de pedaços, e jogando-os no Universo, criou as estrelas. Os aborígines australianos chamam os cristais de luz solidificada. Os xamãs norte-americanos chamam de Seres Pedras, ou Povo de Pedra, detentores dos registros da Mãe Terra. As pedras possuem um espírito, uma alma; possuem talentos específicos, amplificam pensamentos e auxiliam os processos de cura do corpo físico.

Ervas DE CURA

"Se me der a folha certa, e eu cantar como aprendi, vou livrar a Terra inteira de tudo o que é ruim"

Espirito do Vegetal, possa eu, ser limpo de pensamentos negativos e sentimentos, possa meu coração ser puro novamente.

Que eu consiga caminhar em equilibrio e harmonia.

Limpe-me de raivas, medos, dúvidas, preocupações...

Honro e agradeço a sabedoria da Mãe Natureza!!

Ervas, plantas, resinas são utilizadas em cerimônias, defumação, chás, emplastros, com o objetivo de proporcionar  limpeza energética, cura de doenças em vários níveis, bem-estar, relaxamento, equilíbrio, sabedoria, purificação, e contato com nosso interior e espíritos guardiões.

Medicina do Lagarto - Limpeza com Ervas –Purificação e realinhamento energético

As ervas detém grande quantidade de Energia Universal Sagrada e quando bem combinadas entre si, detém forte poder de limpeza da aura e harmonização,  gerando uma vibração positiva.

Um banho com ervas age sobre a aura curando todos os seres, formas-pensamento, envolvidos no processo de degradação de nossos corpos sutis que leva à doenças físicas, mentais e emocionais.

Um banho de ervas reúne as ervas adequadas a cada caso, que agem diretamente sobre esses distúrbios, eliminando os sintomas provocados pelo acumulo de energias.

As ervas são cultivadas sem agrotóxico, com adubo orgânico da própria horta e com muito amor, no jardim de casa, e são colhidas no dia de sua utilização. 

Antes da limpeza há um ritual de consagração das ervas e ativação de seu poder energético. Depois é só se entregar à Medicina do Lagarto (técnica xamânica de massagem), feita com óleo e com as ervas escolhidas.



Defumação

O simbolismo da cerimônia com fumaça é a purificação do espaço e dos participantes, banindo todas as energias não desejadas.

Uma boa pratica de purificação também envolve os instrumentos cerimoniais, como o cachimbo sagrado que representa a união do feminino e masculino. A fumaça sobe em direção ao Grande Espirito que ouve, então a prece daqueles que participam da cerimonia.

 As ervas podem também ser colocadas em uma concha (feminino), acesas, e a fumaça soprada por um leque de penas (masculino - céu). Enquanto as ervas vão se iluminando o aroma perfumado alcança suas narinas. As nuvens de fumaça levantam-se com a pena .

O Corpo fica coberto com a fumaça perfumada, respira-se profundamente, inalando os efeitos. Enquanto a fumaça abaixa em torno de seu corpo, afeta sua pele e sentidos. Você percebe ficar relaxado, limpo, abençoado. Sua vida interna é tocada; suas emoções e memórias agitam.

Os pensamentos acalmam, inicia-se um relacionamento diferente com seus arredores e cria-se o ambiente propício para o trabalho espiritual.


A defumação na História
Eugênio Carlos

Ninguém sabe quando a humanidade começou a usar as plantas aromáticas. Estamos razoavelmente seguros de que os sentidos do homem antigo eram bem mais aguçados, e o sentido do olfato foi crucial para sua sobrevivência. Há evidência do período Neolítico de que ervas aromáticas eram usadas em culinária e medicina, e que ervas e flores eram enterradas com os mortos.

A fumaça ou fumigação foram provavelmente um dos usos mais antigos das plantas, como parte de oferendas rituais aos deuses. Era provavelmente notado que a fumaça de várias plantas aromáticas tinha, entre outros, efeitos alucinógenos, estimulantes e calmantes. Gradualmente, um conjunto de conhecimentos sobre as plantas foi acumulado e passado a centenas de gerações de xamãs.

Os seres humanos tem uma ligação muito forte com as plantas. As plantas aromáticas têm sido honradas de um modo especial desde os tempos antigos. Eram utilizadas em rituais religiosos e mágicos, assim como nas artes curativas. Estas três práticas eram fundamentais para a existência humana (ainda hoje continuam sendo).

As grandes civilizações desaparecidas do Oriente Médio e do Mediterrâneo glorificavam os aromas, que faziam parte de suas vidas. Creio que conhecer um pouco da história dos aromas e da defumação mágica, é uma introdução adequada para sua prática.


Descendentes de Atlântida

Há 4000 anos, existia uma rota de comércio onde se cruzavam as culturas mais antigas do Mediterrâneo e da África. Através dela, acontecia o comércio e troca de diferentes mercadorias como por exemplo: ouro, olíbano, temperos e especiarias em geral; conseqüentemente, trocavam conhecimentos de suas diferentes culturas. E foi bem no meio desta rota que nasceu a maior civilização desta época: "O Egito".

A antiga civilização do Egito era devotada em direcionar os sentidos em direção ao Divino. O uso das fragrâncias era muito restrito. Inicialmente, sacerdotes e sacerdotisas eram as únicas pessoas que tinham acesso a estas preciosas substâncias.

As fragrâncias dos óleos eram usadas em perfumes, na medicina e para uso estético, e ainda, para a consagração nos rituais. Eram queimados como incenso. Sobre as paredes das tumbas dos templos antigos perdidos no deserto, há um símbolo que aparece com freqüência que parece uma fumaça que sai dele mesmo. Isto confirma que no Egito se utilizava o incenso desde tempos antigos.

Quando o Egito se fez um país forte, seus governantes importaram de terras distantes incenso, sândalo, mirra e canela. Esses tesouros aromáticos eram exigidos como tributo aos povos conquistados e se trocavam inclusive por ouro. Os faraós se orgulhavam em oferecer às deusas e aos deuses enormes quantidades de madeiras aromáticas e perfumes de plantas, queimando milhares de caixas desses materiais preciosos. Muitos chegaram a gravar em pedras semelhantes façanhas.

Os materiais das plantas aromáticas eram entregues como tributos ao estado, e doados a templos especiais, onde se conservavam sobre altares como oferendas aos deuses e deusas. Todas as manhãs as estátuas eram untadas pelos sacerdotes com óleos aromáticos. Queimava-se muito incenso nas cerimônias do templo, durante a coroação dos faraós e rituais religiosos. Queimava-se em enterros para extrair do corpo mumificado os espíritos negativos.

Sem dúvida o incenso egípcio mais famoso foi o Kyphi. O Kyphi se queimava durante as cerimônias religiosas para dormir, aliviar ansiedade e iluminar os sonhos.

Os Sumérios e os Babilônios

É difícil separar as práticas destas culturas distintas já que os Sumérios tiveram uma grande influência dos babilônios, e transcreveram muita da literatura dos seus antepassados para o idioma sumério. Sem engano sabemos que ambos os povos usavam o incenso. Os Sumérios ofereciam bagas de junípero como incenso à deusa Inanna. Mais tarde os babilônios continuaram um ritual queimando esse suave aroma nos altares de Ishtar.

Tudo indica que o junípero foi o incenso mais utilizado, eram usadas outras plantas também. Madeira de cedro, pinho, cipreste, mirto, cálamo e outras, eram oferecidas às divindades. O incenso de mirra, que não se conhecia na época dos Sumérios foi utilizados posteriormente pelos babilônios. Heródoto assegura que na Babilônia queimaram uma tonelada de incenso.

Daquela época nos tem chegado numerosos rituais mágicos. O Baru era um sacerdote babilônio esperto na arte da adivinhação. Acendia-se incenso de madeira de cedro e acreditava-se que a direção que a fumaça levantava determinaria o futuro, se a fumaça movia-se para a direita o êxito era a resposta, se movia-se para a esquerda a resposta era o fracasso.

Os gregos e romanos

Estes povos acreditavam que as plantas aromáticas procediam dos deuses e deusas. O povo chegou a consumir tantos materiais aromáticos para perfumar-se que no ano de 565 foi decretada uma lei que proibia utilizar essenciais aromáticas pelas pessoas com temor de não ter suficiente incenso para queimar nos altares das divindades.

Nativos americanos

Os nativos americanos vivem em harmonia com a terra, reverenciam-na como geradora de vida. Os nativos americanos desde muito tempo tem conhecido o valor e poder de cura das plantas de poder, usadas em tendas de suor, dança do tambor etc. Queima se sálvia, cedro e resinas para limpeza de objetos de poder. É usada para a saúde e o bem estar de sua tribo.

Incenso do Templo

Desde épocas mais antigas, as substâncias aromáticas naturais de plantas tem um papel vital na vida diária dos povos. Estas ligações vitais entre povos e plantas perderam-se, e muitos de nós perdemos o toque com a terra e com nosso próprio estado de saúde.

De acordo com o Zohar, oferecer incenso é a parte a mais preciosa do serviço do templo para os olhos do grande deus. Ter a honra de conduzir este serviço, é permitido somente uma única vez na vida. Diz-se que quem teve o privilégio de oferecer o incenso está recompensado pela sorte com riqueza e prosperidade para sempre, neste mundo e no seguinte.